Os reis de Espanha e o primeiro-ministro visitam neste domingo algumas zonas de Valência afetadas pela tempestade extrema de terça-feira cujas consequências ainda estão a ser avaliadas à medida que milhares de pessoas, entre socorristas, forças de segurança e voluntários continuam os esforços para encontrar desaparecidos, limpar o centro das populações, e levar bens essenciais a quem ficou isolado. Depois de o governo central ter anunciado o envio de 10 mil militares e polícias, o presidente do governo regional, ao fim de quatro dias, pediu a participação do governo na resposta à catástrofe.
“Sei que estamos a atravessar o pior momento da nossa história, de uma magnitude que ninguém poderia imaginar. Estamos a enfrentar o desafio das nossas vidas e juntos vamos resolvê-lo. Sei que há pessoas que podem ter-se sentido sozinhas, desamparadas ou desprotegidas, e compreendo isso”, disse o presidente da região de Valência, Carlos Mazón, antes de anunciar a criação de cinco grupos de trabalho e pedir a participação de ministros do governo nacional.
As áreas de intervenção são a saúde - tendo realizado pouco depois uma reunião com a ministra Mónica García -, com o risco de epidemias a aumentar em cada hora; transportes e infraestruturas, tendo em conta que há uma centena de estradas danificadas, 60 das quais cortadas, que a a ligação ferroviária para Madrid deverá manter-se parada nos próximos 15 dias, e que nem há previsão para o retomar da circulação do metro de Valência; habitação e segurança social, para tratar de realojamentos agora e reconstrução mais tarde, e em paralelo atribuir subsídios e suspensão do pagamento de hipotecas; trabalho, ao pedir para se reativarem medidas de exceção empregadas durante a pandemia; e, por fim, segurança, com reforço de policiamento para evitar pilhagens.
O governo de coligação de esquerda, liderado por Pedro Sánchez respondeu de forma afirmativa aos pedidos. Horas antes, o primeiro-ministro tinha anunciado o envio de 5 mil militares e outros tantos polícias. Disse que não queria sobrepor-se ao governo da comunidade autónoma, e instou Mazón, conservador do PP que governa em aliança com o Vox, a pedir os recursos de que necessitasse. A gestão de Mazón, que desde o início da tarde de terça-feira tomou as rédeas dos serviços de emergência, aviso à população tardio incluído, está sob fogo. Mas Sánchez, que falou de “erros graves”, disse que é tempo de unidade e que “o único inimigo é a destruição provocada pela catástrofe”.
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