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Internacional Crise diplomática

Venezuela tem mais a perder com escalada de tensão, avaliam especialistas

Neste sábado (2/11), o governo venezuelano subiu o tom contra o Itamaraty, com publicação de nota acusatória

02/11/2024 às 20h29
Por: Jornalista Adilson Oliveira Fonte: CB
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Apesar de considerar que há impactos geopolíticos negativos para ambos os lados, o mestre em Estudos Latino-americanos Nicholas Borges acredita que o cenário seria mais desfavorável para os venezuelanos - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Apesar de considerar que há impactos geopolíticos negativos para ambos os lados, o mestre em Estudos Latino-americanos Nicholas Borges acredita que o cenário seria mais desfavorável para os venezuelanos - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Diante do aumento da crise diplomática que envolve o Brasil e a Venezuela desde as eleições presidenciais do último mês de julho, que declararam a vitória do presidente Nicolás Maduro, apesar de uma série de indícios de irregularidades no processo eleitoral, analistas políticos consultados pelo Correio acreditam que uma escalada da tensão entre os dois países seria mais prejudicial para o regime bolivariano.

Apesar de considerar que há impactos geopolíticos negativos para ambos os lados, o mestre em Estudos Latino-americanos Nicholas Borges acredita que o cenário seria mais desfavorável para os venezuelanos, visto que o Brasil é historicamente um dos principais parceiros econômicos do país, que lida com restrições e bloqueios comerciais de outros países.

“Portanto, o isolamento provocado para Maduro, tem muito mais impactos negativos para a Venezuela, que tem mercados e aliados restritos, do que para o Brasil, que possui uma economia mais dinâmica e com mais parceiros no cenário internacional”, destaca o especialista.

Na avaliação do cientista político Carlos Eduardo Novato, o governo Maduro aproveita a condição do Brasil, que, em tese, precisa demonstrar um tom bem mais moderado e de prudente, para “esticar a corda”. Sobre a possibilidade de uma ruptura entre os dois países, o especialista acredita que essa probabilidade está nas mãos do presidente venezuelano.

“No entanto, as últimas jogadas do governante venezuelano também foram calculadas e não apontam ainda para uma ruptura. Mesmo a ameaça de declaração de persona non grata contra Celso Amorim é mais um movimento pirotécnico do governo Maduro, que ainda não deu um all in (arriscar tudo) e provavelmente não o fará, pois tem mais a perder”, analisa.

Diante disso, a postura do Itamaraty tem sido mais pragmática, com movimentos menos arriscados e feitos somente por meio de canais oficiais. Para o cientista político e sócio da Hold Assessoria, André César, esse é o movimento ideal para o governo brasileiro diante do cenário atual. “A gente não sabe para onde vai esse jogo. Na minha avaliação, é isso que nós temos que fazer”, pontua.

Tensão diplomática

O governo da Venezuela publicou neste sábado (2/11) um comunicado em tom acusatório contra o Itamaraty. Em nota, o regime de Maduro afirmou que o governo brasileiro “se faz de vítima” e que, por conta disso, estaria enganando a comunidade internacional.

A nota é mais um episódio de uma crise diplomática entre os dois países que remonta as eleições presidenciais na Venezuela, quando o órgão eleitoral do país declarou Nicolás Maduro como vitorioso nas urnas.

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